A Filosofia é essencial para desenvolver o senso
crítico e pleno exercício da cidadania; é um convite à abertura a uma concepção
de mundo e ao conhecimento (forma científica de pensar). O objetivo é educar
para inovar, inovar para participar e participar para mudar a realidade. Acreditamos
que as camadas populares também devem ter acesso ao conhecimento próprio da
camada dominante da sociedade para que essas também se tornem agentes
participativos e alcancem a governamentabilidade. No filme “O nome da rosa” de
Umberto Eco, percebemos a relação direta entre conhecimento e poder, entendemos
que a escola deve socializar a riqueza do conhecimento provocando a mudança da
realidade, condições materiais virão por acréscimo (Gramsci). Dentre as áreas
da Filosofia, destacamos algumas de máxima importância para o desenvolvimento
do espírito crítico (questionar respostas prontas, intervir, posicionar-se,
descobrir falhas, propor novas alternativas).
ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA:
Revela a natureza, deveres e missão do ser humano – “Conhece-te a ti mesmo”
(Sócrates), outra definição encontramos em Agostinho que diz que o ser humano é
um grande mistério, não é coisa, por isso Mondin sugere que a pergunta seja:
Quem é o homem? E não o que é o homem? A busca pela essência revela-o como ser
no mundo, como criatura (teocêntrico). Platão e Aristóteles colocaram na alma
sua essência (ser feliz). Na idade contemporânea o homem é suas manifestações
libidinosas(Feud), é suas atividades sociais e econômicas, é superação das
desigualdades(Marx), é ser existente capaz de assumir e desenvolver um projeto
(Heidegger), é ser livre (Sartre), é ser consciente que deve procurar evitar a
humildade e ser poderoso (Nietzsche), é ser crente (Kierkegaard), é um
epifenômeno da corporeidade material (Hobbes, Lucrécio, Marx e Comte). É ser
incompleto capaz de autotranscender sua existência para chegar a Deus (Teodiceia
e Metafísica de Rahner, Bondel e Kierkegaard) ou então, através da criticidade
descobre que do que não se sabe não se pode dizer nada (Kant).
POLÍTICA E ÉTICA: o ser humano faz da política uma relação estreita com a ética (o bom modo de viver segundo valores morais: justiça, solidariedade, autonomia, liberdade, dignidade, promoção de todos, eliminar preconceitos: racismo, sexismo, homofobia), o homem é animal político (Aristóteles), necessita de um soberano (Hobbes) ou então de contratos sociais (Rousseau). Somente sabendo dos direitos e deveres desenvolvemos a cidadania (respeito pelo bem comum, regime democrático, prevenção da natureza e equidade nos recursos para diminuir a desigualdade). A emancipação humana é a dialética entre submissão-dominação, o conhecimento é da esfera política, pois está atrelado a posse do poder e as tentativas ideológicas tencionadas pela alienação dos sistemas totalitários que massificam, exemplo claro são os Meios de comunicação social que ao invés de privarem pela veracidade, imparcialidade, objetividade e credibilidade são autênticos liquidificadores sociais (não fazem refletir a mensagem, a internet só é realidade de todos quando parar de discriminar os que não possuem acesso as informações e a ela), urge a necessidade da democracia (senso de legitimidade que priva pela liberdade, igualdade e alteridade) para o pleno exercício da cidadania (ruptura com posturas antagônicas e alienantes que mantém reféns principalmente mulher e pessoas de classes sociais sem oportunidades).
ESTÉTICA: “Lutamos
contra a homogeneização de comportamentos” (Adorno). O que é considerado belo?
E o feio? O belo é agradável, no estudo teocêntrico aquilo que se aproxima da
divindade é belo, mas a beleza não está no objeto, mas no resultado harmônico
da arte (fazer, conhecer e exprimir, não é simples criação de objetos, mas
formas originais que incrementam a realidade). Há gostos refinados que não são
frutos da elitização da arte, mas fruto de formas originais que incrementam a
realidade, precisamos nos educar para o belo (Kant). (Prof. Leonei – 2012)
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